domingo, 20 de novembro de 2011

FEIRA DE ANTIGUIDADES DE OVAR - Faz hoje 20 anos de existência



Dizem que não há futuro, se o passado for esquecido

 
Criada em 1987 pela Câmara Municipal, a Feira de Antiguidades e Velharias de Ovar já foi considerada uma das melhores do país. Sobretudo até 1997, o certame viveu momentos de grandeza e de prestígio, vindo, após esses 10 anos, a perder qualidade progressivamente, devido à falta de dinamização, de divulgação e de actividades paralelas, que tanto a celebrizaram, quer a nível regional, quer a nível nacional. E tudo se ficava a dever à imaginação dos seus organizadores (a Comissão da Feira de Antiguidades), ao apoio da autarquia, à sua divulgação e à sua excelente qualidade. Muitos eram os visitantes, coleccionadores e compradores nacionais, mas também a visitavam alguns estrangeiros. Nestes últimos meses, a Feira tem-se mostrado nos cobertos de acesso ao Dolce Vita Ovar, enquanto decorrem as obras de recuperação do mercado municipal.


A Feira de Antiguidades de Ovar, considerada como tendo “papel cultural muito importante”, era uma feira diferente de todas as outras. O seu local certo era, e é, o mercado municipal, mas, às vezes, era num jardim da cidade. Em Julho e Agosto, era na praia do Furadouro, indo ao encontro dos veraneantes. O seu principal objectivo é possibilitar a amostragem, a troca e a comercialização de objectos antigos ou usados: selos, postais, livros, moedas, jóias, porcelanas, rendas, obras de arte, grafonolas, rádios antigos, discos, relógios antigos. Mas até a “broa” e o pão-de-ló de Ovar, eram lá fabricados, divulgados e vendidos.


Entre 1987 e 1997, foram muitas as actividades paralelas realizadas na Feira, sendo de destacar: duas grandiosas exposições de veículos Antigos e clássicos, com desfile pela cidade de Ovar; o Dia do Escritor Ovarense, com a presença dos próprios; dois Festivais de Pára-quedismo; um Festival Militar da GNR; O Dia de Timor; o Dia do Bombeiro; o Dia da Cidade da Régua, “porque metade da Régua é Vareira”; o Dia do Direito dos Animais; o Dia da Pesca Artesanal; o Dia do Leite e Seus Derivados, com guloseimas para as crianças; o Dia do Têxtil e do Ciclo do Linho; o Dia dos Desportos Radicais; e o Dia dos Brinquedos Tradicionais e da Charrete, com passeios pela cidade de Ovar. Os órgãos de comunicação social, jornais, rádios e televisão, também acharam interessante esta Feira, fazendo regularmente a sua divulgação e alguns directos.


Pela Páscoa, chegavam os Jogos Populares, nos quais os nossos autarcas também participavam; no Cantinho do Artista, os artesãos e os artistas plásticos trabalhavam ao vivo, fazendo artesanato ou pintando; havia a Feira da Apicultura e do Mel, que era em Janeiro; a Feira de S. Martinho - com castanhas e vinho -, era em Novembro, coincidindo festivamente com o seu aniversário; havia o importante Dia das Freguesias do Concelho, que traziam ao Mercado Municipal os seus costumes, as suas tradições. Eram domingos de grande afluência de público à, normalmente vazia, cidade de Ovar, para benefício, até, de restaurantes, que, nesses domingos, não tinham mãos a medir!

A Feira também ia às escolas do concelho e as escolas iam à Feira! Algumas feiras temáticas foram precedidas de palestras nas escolas primárias, básicas e secundárias, onde se falou de Pesca Artesanal, do Leite e Seus Derivados e da Apicultura e do Mel, confirmando o tal importante papel cultural da Feira de Antiguidades de Ovar. Em contrapartida, era frequente os estudantes e os professores participarem nas actividades da Feira. Já os mais velhos iam mais à procura das antiguidades; os mais novos, procuravam os jogos populares tradicionais. As senhoras olhavam com atenção para as rendas antigas e para os objectos de decoração. Os coleccionadores procuravam discos antigos, selos, moedas, postais, livros de outros tempos, revistas aos quadradinhos.


As comissões da Feira de Antiguidades de Ovar, que existiram entre 1988 e 1997, foram constituídas pelos seguintes elementos: Joaquim Castro, Esmeralda Souto, José Correia e Henrique Freitas (1988/1997), Alberto Pereira e Filipe Faria (1988/1993), Vítor Ferreira e José Leite (1994/1997). A Biblioteca Municipal de Ovar deu um precioso contributo em algumas feiras temáticas. A partir de 1997, a Câmara Municipal não nomeou qualquer Comissão, mesmo apesar da sua evidente necessidade.

(Texto e fotos de Joaquim Castro – Membro da Comissão da Feira de  Antiguidades de Ovar, de 1987 a 1997)




Dizem que não há futuro, se o passado for esquecido

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